Seu Madruga e Mussum, ícones até hoje. Por quê?

Existem fatos que não são simples de explicar, apenas são constatados. Um desses casos é a popularidade que Mussum e Seu Madruga tem até hoje, muito pelas novas gerações, que sequer os viram atuarem em vida, apenas em antigas gravações. Basta fazer uma busca no Google pra ver a quantidade de sites e blogs que fazem referência a esses personagens. Segue abaixo um pouco da história deles:
  • Seu Madruga
seu-madruga2 O ator e humorista mexicano Ramón Valdez (1923 –1988) era quem interpretava o famoso Seu Madruga no seriado Chaves, participação que durou uma década. O personagem é famoso até hoje em vários países, principalmente na América Latina. Ramón era um sujeito simples como seu principal personagem, e muito querido pelo meio artístico mexicano. Morreu aos 64 anos, vítima de câncer, devido ao tabagismo.

  • Mussum
mussum2 Antônio Carlos Gomes (1941-1994) era quem dava vida ao personagem Mussum. Músico, humorista e ator carioca, chegou a recusar o convite a integrar os Trapalhões. Era uma figura carismática, e apaixonado por Samba, tanto que chegou a fazer parte do grupo Os Originais do Samba, grupo que fez muito sucesso na década de 70. Morreu aos 53 anos, após ser submetido a um transplante de coração.

Os dois faziam um tipo de humor sarcástico e politicamente incorreto que atualmente os moralistas hipócritas de plantão não aceitam, mas ao mesmo tempo era um humor inocente e simples, conseguindo a audiência e a simpatia de várias faixas de idade e classes sociais. Talvez pra alguns o carisma ou o talento que eles de sobra possuíam expliquem esse fenômeno que são até hoje, mas acho que vai muito além disso.
O humor do tipo Zorra Total ou A Praça é Nossa, previsível e mecânico, é uma fórmula já ultrapassada, batida. Não adianta querer empurrar goela abaixo no telespectador. Seu Madruga e Mussum além de serem irreverentes, eram personagens questionadores, provocadores, e muitas vezes transgressores, algo que agrada muito às novas gerações, e tudo feito com muita inteligência, sem ofender ou agredir, pois a intenção nunca foi essa. A ironia e crítica social que vinham junto com as frases engraçadas e situações cômicas faziam a diferença.
Torço pra que cada vez mais esses dois mitos sejam lembrados, e que nos faça recordar que um dia existiu esse tipo de humor porque, do jeito que o policiamento moralista anda, será um modelo fadado a extinção…